Violenta, série entre Bulls e Heat dá novo significado ao termo "basquete de playoffs"
Crédito: Reprodução/Twitter
Michael Jordan, o melhor jogador de basquete de todos os tempos, foi quem cunhou a expressão que define a fase decisiva da NBA: "São os playoffs que separam os meninos dos homens". E, assim, os mata-matas da liga americana de basquete ficaram conhecidos pelo jogo físico, pelas bolas decisivas históricas e, até, pela violência.
Só que Chicago Bulls e Miami Heat têm dado outro significado a esse "basquete de playoffs": a série, que pode ser encerrada na próxima quarta-feira, já que o Heat está na frente por 3 a 1, tem sido extremamente violenta, com agressões, provocações, discussões e multas.
E isso é fruto de uma rivalidade revivida recentemente: na época de Michael Jordan e Scottie Pippen, os Bulls "varreram" o Heat por dois encontros seguidos nos playoffs, em 1992 e 1996 (primeira rodada da conferência leste). Em 1997, finalmente o Heat conseguiu uma vitória, na decisão do leste, só que a série acabaria 4 a 1 para os Bulls. Jordan levou o último jogo praticamente sozinho para o time de Chicago, após levar para o "lado pessoal" uma cotovelada de Alonzo Mourning, craque do Heat, na cabeça de Pippen.
No início do século, a rivalidade continuou tomando forma nos playoffs: em 2006, o Miami, já com Dwyane Wade, passou pelos Bulls com um 4 a 2, e acabaria campeão da liga. No ano seguinte, os Bulls "varreram" novamente o Heat, com a geração chamada de "Baby Bulls", liderada por Luol Deng e Kirk Hinrich.
Só que tudo isso era apenas uma prévia para a "Era LeBron James" em Miami.
LeBron James é agredido por Nazr Mohammed no jogo 3 da série entre Bulls e Heat nos atuais playoffs.
Em 2010, LeBron resolveu que deixaria o Cleveland Cavaliers. A nova franquia a qual defenderia foi apresentada em um programa chamado "The Decision", o que causou revolta em Cleveland, onde torcedores queimaram nas ruas camisas de James; e em Chicago, já que os Bulls tentaram a companhia de LeBron para Derrick Rose, astro maior da equipe.
Só que, se jogando pelo Cavs, LeBron já era detestado pelos jogadores dos Bulls (Joakim Noah, pivô titular da equipe, declarou "odiar" Cleveland só por esta razão), ao se juntar a Dwyane Wade e Chris Bosh em Miami a rivalidade só cresceu. E se tornou violenta.
LEBRON DANÇA E REVOLTA JOAKIM NOAH
Em 2011, primeiro ano de LeBron no Heat, o Bulls venceu os três jogos entre as equipes na temporada regular, todos com clima de final. Com a melhor campanha da liga, os Bulls chegaram à final do leste com a vantagem do mando de quadra sobre o Miami. E venceram o primeiro jogo, por fáceis 103 a 82, e com direito a históricas enterradas de Taj Gibson, uma sobre Dwyane Wade:
A cravada foi tão bonita que o próprio Wade assumiu que seus filhos, quando jogam basquete com ele, falam que imitarão Gibson.
Só que o Heat acordou, dominou as quatro partidas seguintes e levou o título. A festa, é claro, foi cheia de provocações.
Crédito: EFE/Tannen Maury
Como em 2012, ano do título do Heat e seu "trio de amigos", os Bulls caíram na primeira rodada dos playoffs após contusões de Derrick Rose e Joakim Noah, novo capítulo da rivalidade ficou guardado para este ano. E os episódios mais violentos também.
A primeira parte foi a histórica vitória dos Bulls no dia 27 de março: o Heat, melhor campanha a liga, estava rumo ao recorde de vitória seguidas (33), já com 27 triunfos consecutivos. Só que um destroçado Bulls, com boa parte do elenco contundido, conseguiu "milagrosa" vitória por 101 a 97. LeBron James, revoltado com o jogo físico dos Bulls, chegou a agredir Carlos Boozer:
Depois, os playoffs. Os Bulls conseguiram passar pelos Nets em sete jogos, enquanto o Heat "brincou" contra o Bucks em quatro partidas. O confronto pelas semifinais do leste foi inevitável, e já começou quente: no primeiro jogo, em Miami, Nate Robinson, de apenas 1,75 m, decidiu o jogo no último quarto para um Bulls sem três titulares.
Crédito: Reprodução/Twitter – Uma empresa pendurou pela cidade de Chicago outdoors com torcida pelos Bulls: Nate, o baixinho, virou uma simpática piada na foto.
No jogo dois, violência: foram 51 faltas na partida, com incríveis nove faltas técnicas. Além disso, dois jogadores foram expulsos: Taj Gibson e Joakim Noah. Taj acabaria multado em 25 mil dólares por falar repetidamente palavrões em direção à arbitragem. Veja a confusão no vídeo:
Crédito: Reprodução/Twitter
O jogo ficou marcado pela torcedora que mostrou o dedo para Noah quando ele saía de quadra. A mulher, Filomena Tobias, já foi acusada de assassinato e de sequestro.
Depois, no jogo seguinte, mais multa: Tom Thibodeau, técnico dos Bulls, revoltado com o que considerou uma arbitragem parcial em favor o Miami Heat, foi multado em 35 mil dólares após entrevista em que fez fortes críticas aos árbitros.
Além disso, Joakim Noah levou falta técnica após empurrar Chris Andersen, que tentou chutar o rival depois do empurrão. Depois, o já famoso empurrão de Nazr Mohammed em LeBron, que aparece no começo do post. Por fim, Joakim Noah bateu palmas de forma irônica para Chris Bosh, enquanto este dava bronca em Mario Chalmers.
Crédito: Reuters/Jeff Haynes
Independentemente de quem triunfar na série, novos capítulos dessa rivalidade ainda virão, e provavelmente com mais jogo físico e violência. "É diferente. É nossa rivalidade. Palavras não podem expressar o quanto queremos derrotá-los", disse Taj Gibson, antes da série atual ter início.
Para a próxima temporada, é importante lembrar da volta de Derrick Rose, astro dos Bulls que ainda não voltou a jogar após gravíssima lesão no joelho. Ele, inclusive, foi apontado pela revista Dime, especializada em NBA nos EUA, como o principal jogador que pode mudar a liga no futuro.
Por quê? Porque seria o único que poderia parar LeBron James e seu Miami Heat.
*Por Felipe Noronha
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