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Modelo em NY, ela ficou íntima do mundo das lutas e virou repórter do UFC

UOL Esporte

09/06/2015 06h00


Falar com propriedade sobre MMA e o UFC exige conhecer um plantel de centenas de lutadores, ter na cabeça nomes de golpes e ter uma boa noção do que rola dentro da jaula. Amanda Salvato virou modelo aos 13 anos, por acaso, e se você reparar apenas na beleza de seus trabalhos nesta área, pode não imaginar que ela é, na verdade, muito íntima desse mundo. Tanto que virou repórter do UFC, como correspondente brasileira da organização nos Estados Unidos.

Faz tempo que Amanda aproveita seu amor por esportes e seu lado competitivo para praticar lutas. Primeiro foi boxe, depois capoeira e também muay thai e jiu-jítsu. Tudo isso numa das academias mais renomadas de Nova York, a liderada por Renzo Gracie. Além disso, o namoro com um lutador a fez entender muito bem o que se passa com um lutador, principalmente por conta das privações que se passa na preparação para um combate. Detalhe, o tal namorado, André Gusmão, foi a primeira vítima de Jon Jones no UFC.

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Amanda Salvato tem 28 anos e uma carreira extensa de modelo, das passarelas a ensaios sensuais

Muito antes de tudo isso, a paulistana de 28 anos começou sua "carreira" esportiva na equitação. Dos 7 aos 14 anos, montou, fez provas de salto e conquistou medalhas.

Ao mesmo tempo, sofria com outras crianças da escola, que pegavam no seu pé por ser magra. Os praticantes do "bullying" só não imaginavam que uma amiga da garotinha a inscreveria de surpresa, aos 13 anos, para um famoso concurso de modelos e que ela bateria centenas de rivais e ganharia um contrato com a Elite.

"Minha amiga nem me contou. Pediu autorização para minha mãe e me inscreveu. Quando fui chamada para participar das eliminatórias é que fiquei sabendo. Se eu queria ou não, não fui nem avisada… (risos). Cheguei de surpresa, fui me envolvendo, ganhando eliminatórias e fiquei em quinto lugar, ganhando um contrato com a agência", explicou a brasileira.

A partir daí, adeus cavalos. Enquanto completava com dificuldades os estudos, passou a trabalhar como modelo. Aos 16, já chegava a passar três meses direto no Japão. Viajou também à Europa, onde morou por um tempo, e acabou se fixando em Nova York.

Foi lá que conheceu a academia de Renzo Gracie, mestre de lutadores como Georges St-Pierre, Matt Serra e Chris Weidman. Amanda fez capoeira e também passou a treinar muay thai e jiu-jítsu. Apesar de não frequentar as mesmas aulas, teve contato com as estrelas que passavam por lá e também tinha outros amigos que assistiam ao UFC.

Sem nem imaginar que seu caminho a levaria a um trabalho como jornalista do evento, ela conheceu o outro lado das lutas também por namorar um atleta. Por quatro anos, ela teve um relacionamento com André Gusmão, que teve uma passagem pelo UFC. Ele foi o primeiro rival de Jon Jones no UFC, e o norte-americano venceu por pontos. Com outra derrota, em seguida, ele deixou a organização.

"Por ter namorado um lutador, entendo muito o que eles passam, isso me ensinou a saber como eles se sentem nessa hora. Eu fazia dieta junto, deixava de sair na balada. Eu praticamente perdia peso com ele", conta Amanda, que muitas vezes tem de ser delicada ao entrevistar os lutadores às vésperas dos combates, por conta da pesagem.


O trabalho no UFC aconteceu por conta de um contato do empresário brasileiro da modelo com a organização, que precisava de uma correspondente, e o conhecimento dela na área ajudou no processo. Pesou também o fato de Amanda deixar o mundo das passarelas e se reinventar na carreira. A paulistana se dedicou a fazer aulas de jornalismo e apresentação, e agora já completa um ano e meio de casa.

"Falar de golpes, do que estava acontecendo sempre foi fácil. Por eu já saber, ter contato com lutadores e com o pessoal que lutava no UFC, eu já conhecia o outro lado. Isso foi como se fosse uma preparação que tive e sei respeitar o lutador pelo que ele está passando para lutar. O mais trabalhoso é conhecer nome de cada um, a história de tantos lutadores", explica.

Momentos especiais e derrotas difíceis

Cada fim de semana de UFC pode reservar emoções muito distintas. Da conquista de cinturão de um brasileiro a uma derrota inesperada. Isso sem contar ter de entrevistar lutadores lacônicos ou que gostam de provocar até repórteres.

Amanda tem de ter jogo de cintura. Com Conor McGregor, por exemplo, perguntou certa vez se achava que a presença de José Aldo, campeão do UFC, em um evento, era uma provocação a ele. "Eu sou o campeão", limitou-se a dizer, fazendo a repórter rebolar para seguir na entrevista.

Entre os momentos mais legais, ser a primeira a entrevistar Fabrício Werdum após a luta com Travis Browne, por pedido do gaúcho, "foi um momento incrível, uma ação pequena, mas que me deixou checada e foi marcante para a minha carreira". Ao mesmo tempo em que acompanhou a conquista do título de Rafael dos Anjos sobre Anthony Pettis, também viveu o clima pesado da derrota surpreendente de Renan Barão para TJ Dillashaw.

São tantos eventos e ainda a carreira de modelo em paralelo, que um outro lado ficou adormecido, por enquanto, a vida amorosa. Solteira, ela afirma que apesar do relacionamento passado com Gusmão, prefere separar as coisas e não vê muitas chances de se envolver com lutadores atualmente. "Mas, você nunca sabe onde vai achar o amor da sua vida, não é?".

Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

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