Sem vontade de assistir Itália x Uruguai? Lembre-se: disputa de 3° lugar é sinônimo de diversão
UOL Esporte
30/06/2013 06h00
Crédito: AP Photo/Aris Messinis
O fã de futebol está ansioso para a decisão da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha. Mas o jogo, neste domingo, só começa às 19h. O que fazer até lá? Passar o domingo com a família é uma opção. Mas outro jogo pode ser tão ou até mais divertido que a disputa do título, e vale a pena ligar a televisão mais cedo para ir "aquecendo".
A disputa de 3° lugar entre Itália e Uruguai terá dois times cansados, com elencos em final de temporada e jogadores como Pirlo, por exemplo, já foram confirmados como desfalque. Mas, se o padrão for mantido, o jogo será movimentado. Assim como as disputas de 3° lugar em torneio da Fifa têm sido há décadas.
A própria Celeste é uma prova. Em 2010, quando surpreendeu o mundo e chegou às semifinais da Copa do Mundo, muitos pensaram que eles sucumbiriam facilmente para a Alemanha, após perderem a semifinal para a Holanda. Mas nada disso: chegaram a ficar na frente por 2 a 1, com um golaço de voleio de Forlán, mas acabaram tomando a virada para 3 a 2.
Crédito: REUTERS/Desmond Boylan
Mas oito anos antes, em 2002, é que talvez tenha surgido um dos mais divertidos jogos em disputa de 3° lugar (foto acima). Na Copa daquele ano, a Coreia do Sul e a Turquia protagonizaram zebras históricas e chegaram até as semifinais, quando caíram para Alemanha e Brasil, respectivamente.
Logo aos 11 segundos de jogo, Hakan Sukur (na foto à esquerda) marcou o gol mais rápido da história das Copas. O atacante, apontado como o maior astro da Turquia, ainda não havia marcado no Mundial e emocionou seus companheiros.
A Coreia, embalada pela torcida fanática que pintou todas as arquibancadas da Copa de vermelho, empatou logo depois, vazando Rustu Recber, o goleiro que jogava com pintura de guerra no rosto.
Em um primeiro tempo em que o ataque era o que importava, Ilhan Mansiz, carismático cabeludo turco, marcou duas vezes em seguida para colocar a Turquia novamente à frente.
Na segunda etapa, a Coreia tentou fazer a alegria da torcida e deixar a Copa com uma vitória. Até conseguiu um gol, novamente engraçado, já que foi marcado de bumbum: Song Chong-gug chutou de longe, a bola bateu nas nádegas de Cha Doo Ri e enganou Rustu.
Mas a vitória seria turca, no principal resultado do país na história do futebol. Só que o quarto lugar coreano também teve esse status para o país, e ambas as equipes fizeram festa na saída de campo.
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Em 1994, numa das Copas mais engraçadas de todos os tempos, Bulgária e Suécia protagonizaram zebra atrás de zebra e acabaram chegando a disputa de 3° lugar. A Suécia acabaria goleando por 4 a 0, só com gols no 1° tempo. E o jogo foi cheio de figuraças: Larsson com cabelo rastafári loiro; Trifon Ivanov, o barbudo búlgaro, rolando após tropeçar em um gol sueco; Ravelli, o goleiro sueco que fazia palhaçadas durante as partidas…
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Mais para trás, em 1986, França e Bélgica deram mais uma mostra da alta média de gols em disputas de terceiro: 4 a 2, na prorrogação, para os franceses.
Em 1978, uma alegria brasileira: Nelinho marcou o histórico gol contra Dino Zoff, em que, do canto da grande área, fez um golaço com efeito inacreditável. O Brasil venceria por 2 a 1 e se tornaria o "campeão moral" da Copa, como disse o técnico Cláudio Coutinho.
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Outro triunfo brasileiro veio em 1938. A seleção, ainda de branco, bateu a Suécia por 4 a 2, em jogo que Leônidas garantiu a artilharia do torneio. Poupado nas semifinais contra a Itália, já que o Brasil "tinha certeza" de que venceria, ele acabou jogando muita bola na última partida. Fechou a Copa com sete gols e pôde agradecer a existência da disputa de 3°.
Outro que comemorou a existência do jogo foi Just Fontaine. O maior artilheiro em uma única edição de Copa chegou aos 13 gols em 1958 aproveitando o jogo dos perdedores das semifinais. O atacante marcou quatro gols na incrível vitória de 6 a 3 da França sobre a Alemanha, dois em cada tempo.
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Além de Turquia, Suécia, Coreia e Bulgária, outras seleções menores no cenário do futebol mundial também já fizeram fama nesse tipo de jogo. O Chile, por exemplo, finalizou sua campanha na Copa que sediou, em 1962, batendo a Iugoslávia por 1 a 0. O gol foi marcado no último minuto da partida e levou À loucura as 70 mil pessoas presentes no estádio Nacional de Santiago.
E também a Croácia, que estreou em Mundias em 1998 e, com uma mágica geração liderada por Suker (à esquerda), bateu a Holanda por 2 a 1 para comemorar a terceira colocação na França.
Em Copa das Confederações, três disputas de terceiro lugar já se destacaram pela "ousadia e alegria" das equipes, com muitos gols.
Em 1992, na primeira edição, os Estados Unidos golearam a Costa do Marim por 5 a 2.
Em 2005, a Alemanha só venceu o México na prorrogação, por 4 a 3, em jogo em que os mexicanos buscaram o empate por três vezes.
Por fim, em 2009, a Espanha, já campeã da Europa e um ano antes de se tornar campeã do mundo, sofreu contra a África do Sul. Saiu atrás, empatou aos 43 minutos do 2° tempo, virou aos 44 min., e acabou levando novo empate nos acréscimos. Só na prorrogação Xabi Alonso conseguiu garantir uma medalha para os espanhóis.
Será que Itália e Uruguai manterão a escrita de que disputas de 3° lugar são divertidas? A conferir.
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