Lutadora que fez Ronda chorar quer levar país de misses ao topo do UFC
UOL Esporte
19/11/2013 06h00
Nem Hugo Chávez, nem seu petróleo. Quando se fala na Venezuela, muita gente tem em mente que o país é terra de algumas das mais belas misses eleitas planeta afora. E uma lutadora de MMA quer representar esta tradição no UFC: a bela Julianna Peña, primeira finalista do The Ultimate Fighter 18, na estreia das mulheres no reality show dos EUA.
Não vamos nos enganar: Peña é nascida no estado norte-americano de Washington. Seu espanhol é "muy mal, entiendo un poquito". Mas tal qual o campeão dos pesos pesados Cain Velásquez, que é norte-americano mas sempre é ligado ao México por sua ascendência, a lutadora assumiu as raízes de sua família como parte de sua identidade e leva isso até ao apelido: "a megera venezuelana". E vale lembrar que a tal "megera" ficou famosa no programa por fazer Ronda Rousey chorar depois da derrota de uma pupila.
Quem é sua musa favorita do UFC?
Julianna Peña é filha de um venezuelano e diz que é "meio-venezuelana". "Eu quero que o MMA exploda por lá! Quero que o MMA se espalhe por toda a América Latina. Estou representando a mim mesma e fincando os pés nas minhas raízes, então espero que ele cresça na Venezuela", diz ela, ao MMA Fighting, para completar: "Nós, hispânicos, temos uma mentalidade de guerreiros. Temos isso correndo no nosso sangue, é algo que nasceu comigo."
A caçula entre quatro irmãos afirma que teve uma infância complicada. "Eu construí uma mentalidade forte onde cresci. Sentia que tinha de olhar constantemente ao meu redor para não ser esfaqueada pelas costas. E sempre me metia em proplemas". Uma vez, foi com a irmã para uma aula de kickboxing, apenas por conta do condicionamento físico. Acabou ficando mais tempo e pegou também a aula de MMA. "Vi naturalmente que era a minha praia. Sempre fui um pouco agressiva e durona."
Diferentemente do que muitos falam sobre as lutadoras, inclusive com insultos quanto à sexualidade delas, Peña diz que se sente confortável em levar um lado feminino para o MMA.
"Muitas mulheres são vistas de forma errada quando lutam, como se fossem garotos. Mas eu não. Gosto de mostrar meu lado feminino, estou sempre de unhas feitas. Acho legal mulheres que se orgulham de como são. E não importa se você é lutadora, você não precisa se descuidar", defende ela.
Durante toda a temporada do The Ultimate Fighter, Julianna Peña é uma das garotas que mais demonstra essa preocupação. Poucas vezes aparece sem maquiagem e em alguns momentos é até a responsável por cuidar da beleza das outras participantes.
Por outro lado, sua faceta mais malvada apareceu na sua vitória pelas quartas de final do TUF. Integrante do time de Miesha Tate, encarou nas quartas de final Shayna Baszler, favorita do time de Ronda Rousey e veterana do MMA com 23 combates. Um mata-leão encerrou a luta em favor da norte-americana de origem venezuelana.
O desfecho foi Ronda Rousey chorando frente às câmeras, culpando-se pela derrota da pupila, para deleite de Peña. "Ela não podia aguentar que tirei a sua lutadora número 1. E sim, eu fiz a Ronda chorar! Isso é ótimo. Eu fiz Ronda Rousey chorar e amei", comemorou a lutadora.
A beleza é tema recorrente nas entrevistas por ela participar de um TUF com duas arquirrivais musas. E Peña lida bem com isso e não descarta realizar ensaios sensuais.
"Sexo vende. Eu entendo e muitas garotas usam isso. Se eu tivesse um corpo melhor, usaria sempre", ri ela, modesta. "Eu prefiro ser reconhecida pelo talento como lutadora. Pessoas inteligentes percebem isso. Outras só querem ver duas garotas seminuas batendo uma na cara da outra, e é uma história diferente. A Miesha fez capas de revista e isso te dá poder, é fantástico. Acho tão, tão legal. Se eu faria? Eu provavelmente faria, dentro das circunstâncias corretas."
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
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