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Não é só no Brasil: 9 países que já tiveram tapetão no futebol

UOL Esporte

26/10/2016 06h00

Títulos divididos, times que caíram em campo, mas por irregularidades de rivais no extracampo acabaram beneficiados. O "tapetão" é um velho conhecido nas decisões do futebol brasileiro, mas se engana quem pensa que é só por aqui que ele já deu as cartas em decisões importantes.

Separamos alguns casos famosos nas principais ligas do mundo em que uma decisão extracampo acabou por decidir fatos importantes. Justo ou injusto? Isso fica a critério do torcedor.

1. Itália Com Adriano, Recoba e Figo, Inter foi campeã no tapetão em 2006 (Getty Images)

No país em que o Milan caiu por manipulação de resultados e a Internazionale foi campeã no tapetão depois do escândalo que rebaixou a Juventus, a quantidade de viradas de mesa é parecida com a do Brasil. Um dos casos mais recentes foi em 2014, quando o Vicenza se aproveitou de uma decisão judicial que aumentou o número de equipes na Série B para conseguir o acesso. Em 2003, a Fiorentina subiu da quarta para a segunda divisão depois de um recurso do Catania – caso parecido com o do Gama, em 1999, que culminou na ascensão do Fluminense para a primeira divisão.

 

2. Espanha
O caso mais recente teve como vítima o Real Madrid, desclassificado da Copa do Rei no ano passado por causa da escalação irregular do meia russo Denis Cheryshev (foto). Também em 2015, o Elche, mesmo após terminar o Espanhol em 13º, foi rebaixado por não ter cumprido com o regulamento de controle econômico da Liga – melhor para o Eibar, que se livrou da queda. Em 2014, o Real Murcia foi rebaixado para a terceira divisão por causa de dívidas fiscais.

 

3. Inglaterra
A reestruturação do futebol inglês depois da Primeira Guerra Mundial favoreceu o Arsenal, que foi o sexto colocado da segunda divisão no ano em que o conflito começou, mas subiu para a elite em 1919 ao vencer uma votação entre os representantes da liga para eleger quem seria promovido depois da ampliação do campeonato de 20 para 22 clubes. Mais recentemente, o West Ham escapou de perder pontos e ser rebaixado por causa da contratação irregular de Carlos Tevez junto à MSI. Em vez disso, pagou uma indenização de R$ 100 milhões para o Sheffield United, que caiu em seu lugar.

 

4. França
A segunda divisão francesa foi cheia de reviravoltas na temporada 2014-2015. Sob o comando administrativo do ex-goleiro Fabien Barthez (foto), o Luzenac, time de uma cidade de apenas 650 habitantes, conseguiu subir no campo para a Ligue 2, mas teve seu acesso negado por falta de condições financeiras. O clube recorreu e ganhou na Justiça o direito de participar do torneio, que seria disputado com 21 equipes. Dias depois, no entanto, voltou a ser vetado pela liga: desta vez por falta de um estádio apropriado. No fim, o Luzenac não pôde jogar a segunda divisão e ainda teve que voltar para as ligas regionais. O mesmo aconteceu com o Arles-Avignon: lanterna da Ligue 2 naquele ano, foi mandado de volta ao futebol amador por falta de garantias financeiras.

 

5. Alemanha
O RB Leipzig foi promovido neste ano à Bundesliga e vem fazendo boa campanha. O time é considerado um dos mais odiados do país por causa dos investimentos da Red Bull, que o levaram a esta ascensão meteórica. Para piorar, na Copa da Alemanha do ano passado, avançou para a segunda fase na "canetada". O Osnabrück, da terceira divisão, vencia em casa por 1 a 0 quando o jogo foi interrompido aos 26 minutos do segundo tempo. O árbitro foi atingido na cabeça por um isqueiro arremessado da arquibancada e saiu de ambulância. A federação alemã acabou decretando a vitória do Leipzig por 2 a 0, já que o clube mandante foi considerado responsável pelo comportamento da torcida.

 

6. Grécia
Em 2012, o Olympiakos se sagrou campeão grego antecipado graças a uma decisão da federação grega: o rival Panathinaikos foi punido pela confusão causada pela sua torcida no clássico entre as duas equipes, interrompido aos 38 minutos do segundo tempo. O Olympiakos foi declarado vencedor da partida por 3 a 0, enquanto o Panathinaikos perdeu três pontos e ficou sem condições de alcançar o rival na briga pelo título. Além disso, começou a temporada seguinte com dois pontos a menos.

 

7. Argentina
Em 2014, Boca Juniors e Vélez Sarsfield ficaram com o mesmo número de pontos na primeira posição da classificação geral do Campeonato Argentino, o que gerou um impasse sobre quem teria direito à vaga para a fase de grupos da Libertadores. O Vélez já se considerava classificado pelo saldo de gols, mas a federação argentina mudou a regra e decidiu que os dois times deveriam se enfrentar em um jogo de desempate. Apesar dos protestos, a partida foi disputada e quem se deu bem foi o Boca, que venceu por 1 a 0. O Vélez não foi nem para a pré-Libertadores – a vaga ficou com o Estudiantes, pela campanha na Copa Sul-Americana.

 

8. Chile
O Campeonato Chileno de 1957 teve um triangular para decidir quem seria rebaixado, já que as três piores equipes terminaram com o mesmo número de pontos: Universidad Católica, Ferrobádminton e O'Higgins. A Universidad Católica ficou em último, mas não caiu: o San Luis, terceiro colocado do campeonato, perdeu 13 pontos por escalação irregular de jogador e foi para a segunda divisão no seu lugar.

 

9. México
O Querétaro ficou em último lugar no Clausura de 2013, mas se salvou do rebaixamento com uma manobra polêmica do antigo dono, que comprou o Jaguares e, junto com o clube, a vaga na primeira divisão. Mais tarde, foi revelado um rombo milionário que fez o então proprietário se desfazer do Querétaro. O comprador foi o grupo comandado por Olegário Vazquez Raña, figurão do mundo empresarial mexicano e amigo de Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo. Logo após o negócio, veio a primeira grande contratação: Ronaldinho Gaúcho foi apresentado em setembro de 2014 e ficou no México até junho de 2015.

 

Bônus: Liga dos Campeões da Uefa
O torneio de clubes mais valorizado do mundo também teve seus casos de tapetão. Em 2014, o Legia Varsóvia enfrentou o Celtic na fase de classificação e fez 6 a 1 no agregado dos dois jogos. Mas a escalação irregular de um jogador acabou dando a vaga ao Celtic. O caso mais emblemático, no entanto, foi na segunda fase da Liga dos Campeões em 1971. O Borussia Mönchengladbach aplicou uma goleada de 7 a 1 na Internazionale de Milão, mas os italianos conseguiram suspender o jogo por causa de uma lata de refrigerante supostamente atirada no campo dos alemães. A partida remarcada terminou em 0 a 0, e a Inter, que havia vencido em casa por 4 a 2, conseguiu a classificação após anular uma das maiores atuações da história do M'gladbach.

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