Joanna Maranhão desabafa sobre eleição, mas pede "respeito à democracia"
UOL Esporte
28/10/2018 20h45
Joanna Maranhão se manifestou logo após o resultado da eleição presidencial deste domingo (28), que alçou Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto. Conhecida por defender bandeiras progressistas, a nadadora lamentou o resultado, mas pediu para seus seguidores respeitarem o processo democrático e a vontade da maioria demonstrada nas urnas.
"Tem muita coisa passando peal minha cabeça. Estou extremamente emotiva, desde o começo me coloquei contra essa candidatura, mas a gente tem que respeitar. Urna eletrônica a gente não contesta. É o desejo da maioria da população e a gente tem que respeitar isso", falou Joanna durante uma transmissão ao vivo no Instagram.
Joanna prometeu que fará parte da "resistência" e da "oposição" do presidente recém-eleito.
"Peço que essa resistência não vá para a violência de maneira alguma. A gente não precisa disso. A democracia brasileira é jovem, seguiremos lutando por ela. Tivemos dois processos de impeachment, teremos um Congresso conservador em 2019, um presidente eleito também conservador. O que a gente tem que fazer é ser resistência e lutar pela democracia, sem violência", reiterou a atleta.
Joanna também disse ter fé que os mais de 55% de votos válidos em Bolsonaro não representam respaldo aos discursos violentos expressados pelo candidato. "Eu tenho fé nas pessoas, tenho fé nos brasileiros. Sei que a maioria da população não acha que tem que bater em homossexual, não acha que mulher tem que ganhar menos porque engravida nem que alguém mereça ser estuprada. São só pessoas que não se sentem representadas ou estão desacreditadas com a política", disse a nadadora.
"Sou brasileira, quero melhor para o Brasil, e sei que as pessoas que votaram nele também querem, à maneira delas. Não sou a dona da verdade, nem quem votou nele é, mas sei que o caminho é pela convergência e sem violência de qualquer tipo."
A nadadora também fez uma crítica dura ao PT e à presidente do partido, Gleise Hoffmann. "Sempre faço uma análise das coisas boas e ruins. Acho que Haddad será uma boa resinificação para o partido, para afastar a majoritária velha. Gleise atrapalhou muito a candidatura, eles [lideranças do PT] não têm ideias que convergem, como todo partido. Como progressistas, temos que fazer autocrítica. Onde a gente errou? Onde a gente perdeu a narrativa, onde a periferia deixou de votar nos progressistas?"
Joanna voltou a pedir que a militância tenha calma e respeite a festa de quem venceu o pleito, e disse ter esperança de que Bolsonaro não coloque na prática o que chamou de "violências do seu discurso".
"Não saia na rua para brigar, eles têm direito de comemorar assim como vocês fizeram quando a Dilma ganhou em 2014. A gente precisa saber aceitar a derrota também. Não entrem na pilha, não é com grito, violência e agressão que se resolve nada. Repensem. Se quiserem chorar, chorem. Quero que o presidente eleito não faça nem legitime a violência do discurso dele. Sei que é uma esperança utópica, mas é o que eu quero, sabe? Quero o melhor para esse País", pediu, relembrando os momentos difíceis que passou na carreira para dar esperança aos espectadores.
"Foi uma campanha muito bonita. E é nos momentos de crise que a gente cresce. Quando eu estava mal, com depressão, quando meu passado e o abuso que sofri me prejudicavam na piscina, senti dor, mas apesar da dor consegui crescer. A crise faz a gente crescer. Então aceitem o resultado da maioria e respirem. Amanhã é um novo dia, e não seremos violentos", concluiu.
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