Além de ser um dos técnicos mais vitoriosos e respeitados do futebol, Pep Guardiola é também um dos mais detalhistas. Suas manias e exigências dentro e fora de campo ficaram tão famosas quanto suas conquistas. Veja a seguir algumas delas:

1. Música no vestiário

Os brasileiros do Manchester City até podem ouvir um pagode antes dos jogos, mas Guardiola fez uma exigência: incluir na playlist algumas músicas do Oasis. A banda de rock era formada por dois torcedores fanáticos do City, o guitarrista Noel Gallagher (foto) e seu irmão Liam, vocalista. É também uma forma de dar moral para os ingleses do time, como revelou o lateral Danilo.

 

2. Internet

Se os jogadores quiserem ouvir música usando um aplicativo online, podem ter problemas com internet. Guardiola mandou cortar o wi-fi em parte do centro de treinamento. Dependendo do lugar, não pega nem 3G. Ele explicou que é uma questão de respeito aos outros funcionários. "Há algumas áreas, como a sala de massagem, ou de fisioterapia, por exemplo, onde há trabalho, e eu não gosto que a fisioterapeuta fique trabalhando enquanto o jogador fica digitando".

 

3. "Espionagem"

Guardiola cuida dos mínimos detalhes até na vida pessoal dos jogadores. "Ele está sempre em cima, falando não só de futebol, mas também perguntando sobre a família, essas coisas", observou o zagueiro argentino Otamendi. Segundo o francês Nasri, Guarduiola pedia para que os atletas só fizessem sexo antes da meia-noite, para não atrapalhar o sono. Em 2013, a imprensa espanhola noticiou que ele teria contratado detetives para conferir se os jogadores do Barça estavam abusando na noite.

 

4. Idiomas

Guardiola aprendeu a falar alemão durante sua passagem pelo Bayern de Munique. No Manchester City, exige que todo mundo fale inglês fluentemente. "Ele pede que a gente estude inglês, porque as reuniões são neste idioma", revelou Otamendi, que já está fazendo um curso. "Em dezembro, tenho uma prova".

 

5. Alimentação

Depois das partidas, os jogadores são obrigados a comer no refeitório do clube. Desde os tempos de Barcelona, Guardiola sempre valorizou a importância de que os atletas fiquem juntos à mesa – é também uma maneira de controlar o que cada um come. Quando chegou ao City, ele acabou com o hábito que os jogadores tinham de pedir pizza no vestiário. E ainda mandou tirar do clube todas as máquinas que vendem doces.

 

6. Jejum

Guardiola presta muita atenção na alimentação dos seus jogadores, mas nem tanto na sua própria. Segundo o livro "Guardiola Confidencial", de Martí Perarnau, ele fica tão tenso e concentrado antes dos jogos que não come nada o dia inteiro. Só consegue tomar água. Depois das partidas, ele relaxa e tira o atraso no jantar.

 

7. Médico de plantão

Um detalhe que parece banal criou um mal-estar entre Guardiola e o médico do Bayern de Munique, Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt (foto). O treinador queria que um médico estivesse sempre presente nos treinos, para atender de imediato quem sofresse uma lesão. Mas o renomado ortopedista alemão se recusava a ficar na beira do campo e insistiu em permanecer na sua clínica. Caso alguém se machucasse, teria que ir até lá. Guardiola não engoliu, chegou a culpar o doutor por alguns dos problemas de lesão no elenco e o médico acabou saindo do clube.

 

8. Gandulas

A mais nova mania de Guardiola chamou atenção durante a goleada de 5 a 0 sobre o Crystal Palace no Campeonato Inglês: dar instruções para o gandula. Incomodado com a lentidão do time, que ainda não tinha aberto o placar, o técnico chamou o rapaz para uma conversa ao pé de ouvido. "Os gandulas estavam lentos, todo mundo estava lento. E nós temos que criar no jogo, provocar o jogo. E nós não fizemos isso na maior parte do primeiro tempo". Deu resultado, e o City furou a retranca no final do primeiro tempo para deslanchar na etapa final.

 

9. Papo com o adversário

Um dos rituais de Guardiola depois dos jogos é puxar uma conversa com o técnico adversário. No Barcelona, o papo costumava se alongar mais, e Pep até chamava alguns colegas para tomar vinho na sua sala. No Bayern, como os times voltavam para casa no mesmo dia, só dava tempo de uma conversa informal a caminho da sala de imprensa. Isso explica o que ele disse antes do primeiro confronto contra o velho rival José Mourinho no clássico de Manchester: "Se ele me chamar para tomar uma taça de vinho após o jogo, aceitarei".

 

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