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Mais feia briga da seleção faz 40 anos; uruguaio apanhou e Rivellino caiu

UOL Esporte

28/04/2016 06h00

"Porrada, porrada", gritava a torcida que lotou o Maracanã no dia 28 de abril de 1976, há exatos 40 anos, no finzinho do clássico entre Brasil e Uruguai pela antiga Taça do Atlântico. O que o público veria a seguir seria inesquecível. Cenas lamentáveis. E a histórica imagem de Rivellino deslizando escada abaixo para fugir da pancadaria.

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Tudo começou com uma arrancada de Zico, que saiu fazendo fila. O lateral uruguaio Sergio Ramirez parou a jogada com uma falta dura. Começou uma briga entre os jogadores. A torcida gritou "porrada". Na confusão, Rivellino acertou Ramirez com um soco na boca – a agressão pode ser vista aos 31 segundos do vídeo. Mas o jogo seguiu, e Marco Antônio se posicionou para cobrar a falta. "Rivellino, que estava brigando, acho que não tem condições psicológicas para a cobrança da falta", avisava o narrador da TV Cultura (veja no vídeo acima).

Marco Antônio bateu, acertou a trave e não dava tempo para mais nada. O juiz apitou o fim do jogo e o Brasil venceu o Uruguai por 2 a 1, de virada. Quase ao mesmo tempo, Ramirez olhou para o lado e viu Rivellino. Para se vingar do soco na boca, ele saiu correndo atrás do brasileiro, que fugiu em direção às escadas dos vestiários.

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Foi quando sofreu aquele escorregão épico, que pelo menos serviu para sair definitivamente da confusão. Rivellino fugiu para os vestiários e deixou o "pau comer" lá em cima. Ramirez não teve a mesma sorte. O uruguaio caiu no campo, e foi alvo de todo tipo de golpe dos jogadores brasileiros. Atletas e membros da comissão técnica trocavam agressões em uma confusão generalizada que precisou da intervenção da polícia.

No ano seguinte, Ramirez seria contratado pelo Flamengo. Havia a expectativa do reencontro com Rivellino no clássico contra o Fluminense, mas os dois logo fizeram as pazes e se enfrentaram em vários Fla-Flus sem nenhuma confusão. O uruguaio permaneceu no Brasil após pendurar as chuteiras e fez carreira como técnico em dezenas de times menores. Atualmente, treina o Guarani de Palhoça, que caiu para a segunda divisão catarinense.

Hoje, Ramirez lembra do episódio com muito bom humor. "Quando eu peguei na bola, o árbitro encerrou o jogo e eu vi ele (Rivellino) do meu lado esquerdo e aí eu parti pra cima dele", comentou. "Eu fiquei louco, doido, eu apanhei muito, mas um detalhe: eu não avisei ninguém que faria aquilo, fui sozinho, meus amigos demoraram pra chegar, mas eu apanhei bastante, de repórteres, policiais, jogadores do Brasil, mas não fraturei nada não, foi coisa de guri eu estava com 24 anos e hoje somos amigos", prosseguiu.

Rafael Krieger e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

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