Foto Histórica: Há 20 anos, astro do basquete morria e criava lenda
Crédito: Mike Powell/Getty Images
Quando uma pessoa morre ainda jovem, muitos comentam que "ele ainda teria muito a viver", ou ficam imaginando o que a pessoa poderia alcançar caso não perdesse a vida. No esporte, quando o talento de uma promessa impressiona, mas é tirado dos olhos do público de forma abrupta, todos se perguntam até onde a qualidade do jogador poderia chegar.
No futebol brasileiro, talvez o caso mais emblemático seja de Dener, que surgiu driblando e marcando gols lindos no início da década de 1990, mas que morreu em um acidente de carro e deixou essa dúvida na cabeça de todos.
No basquete, o principal nome a se encaixar neste perfil é Drazen Petrovic, armador croata que morreu há exatos 20 anos. Na foto histórica acima, ele aparece com a medalha de prata no pódio das Olimpíadas de 1992, quando sua Croácia caiu para o Dream Team dos EUA na decisão.
A história de Drazen ficou mais conhecida no Brasil recentemente, quando a ESPN passou para o país o filme Once Brothers, que conta a história de amizade entre ele e Vlad Divac, pivô que era o melhor amigo de Drazen na seleção da Iugoslávia, antes da separação do país.
O filme é considerado por muitos o melhor da série 30 for 30, da ESPN, que comemorou os 30 anos do canal, e há quem o eleja como o melhor filme esportivo já feito.
Petrovic e Divac ganharam, juntos, o Mundial de basquete de 1990, ainda pela antiga Iugoslávia. Na festa do título, um torcedor invadiu a quadra com uma bandeira croata, terra de Petrovic. Só que o país ainda não era independente e, para evitar motivações políticas na festa, Divac tirou a bandeira das mãos do torcedor.
Petrovic não gostou e nunca mais falou com Divac. O país acabaria se separando, a Iugoslávia de Divac acabaria suspensa de competições em razão da guerra, e a Croácia de Petrovic acabaria chegando às Olimpíadas de 1992 e, lá, cairia apenas na final.
Crédito: Shaun Botterill/Getty Images
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A esta altura, ambos já estavam na NBA. Enquanto Divac fez sucesso em 16 anos de carreira nos EUA, com passagens marcantes por Los Angeles Lakers e Sacramento Kings, Petrovic demorou a estourar.
Só que, quando encaixou seu jogo, a lenda surgiu. Depois de uma passagem apagada pelo Portland TrailBlazers, onde amargava o banco, ele foi contratado pelo New Jersey Nets para ser a estrela da equipe. E não decepcionou.
Na temporada 1991/1992, marcou 20 pontos por jogo e liderou os Nets ao playoffs, que não alcançavam desde 1986. Na temporada seguinte, aumentou a média para 22 pontos por jogo e foi eleito para o 3° melhor time da liga.
Só que esses foram seus últimos momentos como jogador de basquete. Em 7 de junho de 1993, durante viagem com a namorada pela Alemanha, um caminhão atingiu o carro em que estava. Ele morreu na hora.
Desde então, a lenda surgiu: seria ele o melhor jogador fora dos EUA na história do basquete? Ele conseguiria aumentar suas já incríveis marcas na NBA? Ele lideraria a Croácia a ser uma equipe que conseguiria complicar jogos contra os EUA?
A dúvida persistirá para sempre, mesmo com nomes como Dirk Nowitzki e Manu Ginóbili fazendo história na NBA.
Nos Nets, sua camisa número 3 foi aposentada logo após sua morte. Em 2012, o ala Anthony Morrow, da equipe, disputou o torneio de 3 pontos do All-Star Weekend usando uma camisa de Petrovic.
Na Croácia, Petrovic é idolatrado. Em sua cidade natal, Sibenik, há uma estátua dele criança segurando uma bola de basquete. Em Zagreb, a capital do país, existe o Memorial Drazen Petrovic.
Em 2001, o tenista Goran Ivanisevic conseguiu conquistar Wimbledon de forma milagrosa. Ao chegar na Croácia,usou uma camisa de Petrovic nos Nets durante a comemoração que lotou as ruas do país.
Na foto abaixo, Ivanisevic aparece ao lado de Toni Kukoc, ala croata e titular daquela seleção liderada por Petrovic. Kukoc seguiria o legado de Drazen e conquistaria 3 títulos da NBA pelo Chicago Bulls, ao lado de Jordan e Pippen.
Crédito: AP Photo/Bozo Vukicevic
Há 20 anos, a dúvida eterna surgia.
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