Neymar se coloca contra 'cura gay': "consideramos justa toda forma de amor"
Neymar volta a ser notícia, mas desta vez não pelo desentendimento com o uruguaio Cavani, seu companheiro de PSG. Nesta terça-feira (19), o atacante brasileiro publicou dois vídeos com a música "Toda Forma de Amor", sendo uma versão interpretada por ele próprio e a outra pelo cantor Lulu Santos.
No vídeo publicado em seu perfil do Instagram, o craque destacou o trecho da letra que diz "consideramos justa toda forma de amor" e ainda acrescentou corações coloridos à legenda, uma provável referência às cores da bandeira LGBT.
A manifestação do atacante tem um contexto: nesta semana, o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, concedeu liminar que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de "reversão sexual" de homossexuais. Trata-se de um tratamento expressamente proibido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) desde 1999. Outras celebridades estão usando as redes sociais para protestar.
Neymar também cantou a música ao lado de um de seus "parças", mas o trecho publicado como uma story do Instagram destaca a frase "não desejamos mal a quase ninguém". Houve quem enxergasse isso como uma indireta ao uruguaio Cavani, com o qual tem se desentendido no PSG.
Veja também: O que o seu time faz para evitar atrito igual ao de Cavani e Neymar
Conselho Federal de Psicologia vai recorrer
Para o CFP, a decisão liminar, proferida na sexta-feira (15) abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual. Segundo a entidade, "a ação foi movida por um grupo de psicólogos defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico".
Segundo o CFP, na audiência de justificativa prévia para análise do pedido de liminar, a entidade se posicionou contrária à ação, "apresentando evidências jurídicas, científicas e técnicas que refutavam o pedido liminar". Os representantes do CFP destacaram que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – entendimento reconhecido internacionalmente.
Também alertaram que as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, "como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico". O CFP informa que o processo está em sua fase inicial e afirma que vai recorrer da decisão liminar.
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