Meia do Barça levou 30 “nãos” antes de conquistar garçonete de hotel

Titular absoluto do time do Barcelona, Ivan Rakitic não abre mão de uma coisa em sua vida. A família. A companheira Raquel Mauri está com o atleta desde os tempos de Sevilla e sempre que pode ele exalta a importância dela, seja em entrevistas ou em declarações nas redes sociais.

Raquel Mauri foi paixão à primeira vista de Rakitic. Ou como definiu o jogador em texto publicado no The Players Tribune: "uma história de Hollywood, uma comédia romântica". Tudo aconteceu em 2011 quando o atleta croata trocou o Schalke, da Alemanha, pelo Sevilla.

Rakitic conta que desembarcou na cidade espanhola à noite, foi jantar com dirigentes do Sevilla e assinaria o contrato no dia seguinte. Mas após a refeição, um certo nervosismo fez com que ele e o irmão fossem tomar uma bebida ali mesmo na região do hotel.

Naquela mesma noite, segundo ele, outro clube europeu ofereceu melhores condições para contratá-lo, mas o croata já havia dado sua palavra ao Sevilla. E naquele momento outro fator contou a favor de sua aposta na Espanha. "Apontei para o balcão e disse a meu irmão: 'vê aquela garçonete? Vou jogar aqui no Sevilla e vou me casar com essa mulher'", descreveu.

Foi assim que ele conheceu a companheira que "mudaria sua vida". O jogador se apaixonou por Raquel, mas não pôde conversar. Apesar de falar alemão, inglês, francês e croata, ele só sabia falar "hola" em espanhol.

Rakitic viveu no mesmo hotel por três meses. A rotina era a mesma todo dia. Uma passada no bar para tomar um café e uma água com gás. Aos poucos, ele foi aprendendo espanhol e com gestos, iniciou diálogo com sua futura mulher.

Foram 20 ou 30 convites para sair para finalmente conseguir, sete meses depois. Ele já não morava mais no hotel, mas seguia a rotina de passar por lá para tomar um café.

Até que um dia, o jogador conseguiu, enfim, trocar um diálogo em um dia de folga da garçonete. Na verdade, não foi um encontro espontâneo. Rakitic foi avisado que Raquel estava com a irmã em um bar. O croata foi até o local e sentou com ela. "Não está trabalhando, finalmente, pode jantar comigo".

Depois de algum tempo, Raquel explicou para Rakitic que não topava sair com o atleta por ele ser "jogador de futebol". "Pode se mudar de país ano que vem, não quero".

Rakitic pensou então: "Talvez ela pense que não sou bom e que o Sevilla vai me vender na próxima janela. Grande parte da minha motivação foi dar certo na equipe e conseguir convencê-la a jantar comigo".

O meia contou que a espera foi longa até dar certo. "Isso demorou sete meses. Cheguei a Sevilha em 27 de janeiro. Essa mensagem de texto foi no dia 20 de agosto", detalhou. "Foi mais difícil [conquistá-la] do que vencer a Liga dos Campeões. E demorou quase o mesmo tempo".

Desde então, os dois não se separaram mais. Eles se casaram em 2015. São duas filhas fruto do relacionamento de seis anos. Althea, de quatro anos, e Adara, de um ano. E muita declaração nas redes sociais. "Fui um jogador muito bom no Basel e no Schalke, mas sempre sentia que me faltava algo. Quando conheci minha esposa, senti que tinha uma verdadeira razão pela qual jogar e, desde então, minha carreira subiu a outro nível", falou.

Antes de se mudar com Rakitic para Barcelona, uma mudança que foi difícil para a família de Raquel, toda torcedora do Sevilla, ela foi cabeleireira na cidade.

Raquel teve outro papel importante na vida de Rakitic que foi salvá-lo do atentado em Barcelona. O croata queria ir ao local do incidente, mas sua mulher o convenceu a ir ao parque com as filhas.