9 tretas do futebol nos anos 90 para deixar Neymar x Cavani no chinelo

Depois das discussões no campo e da suposta briga em que quase trocaram socos no vestiário, Neymar e Cavani parecem ter superado a polêmica sobre quem bate pênaltis no PSG. Problemas assim acontecem nas melhores equipes, mas nem sempre são resolvidos da melhor forma, como mostram estes causos do futebol brasileiro dos anos 90:

1. "Já corri com uma faca atrás do Marcelinho"

Folhapress

Colunistas do UOL

O Corinthians bicampeão brasileiro em 1998 e 1999 é a prova de que um time cheio de craques que tretam entre si pode jogar bem mesmo assim. Edilson Capetinha narrou uma daquelas brigas à revista Placar: "Já corri com uma faca atrás do Marcelinho, que é meu amigão. Ele disse que eu era traíra porque falei que existiam vários capitães no time. Quando nos encontramos no vestiário, falei: 'Agora você vai ver quem é o traíra'. Fui pra cima. Tiveram que me segurar, mas eu não enfiaria a faca nele".

2. Marcelinho x Rincón

Folhapress, Getty Images

Houve pelo menos duas brigas famosas entre eles. Na primeira, em um jogo contra o San Lorenzo na Argentina, Marcelinho foi expulso por reclamação e Rincón achou que foi de propósito, para não jogar a próxima partida. O Corinthians sofreu a virada. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o ex-atacante Luizão contou como o colombiano reagiu no vestiário: "O Rincón foi para cima e arremessou o Marcelinho naqueles armários de ferro do estádio do San Lorenzo. Deve ter doído muito". No mesmo ano, saiu nos jornais uma entrevista de Marcelinho dizendo que preferia Amaral na posição de Rincón. O colombiano reuniu todo mundo no seu quarto da concentração e foi tirar satisfações. Em certo momento, pegou Marcelinho pelo colarinho e o levantou com um braço só antes de ser contido pelos colegas.

3. Rincón x Mirandinha

Folhapress

Rincón não era fácil de se lidar. Outro que também sofreu com o colombiano depois de ter sido expulso foi o ex-atacante Mirandinha, depois de uma derrota do Corinthians para o Santos em 1997, na Vila Belmiro: "Perdemos de 1 a 0 para o Santos, fui expulso no jogo e ele veio reclamar. A gente se desentendeu, houve troca de ofensas e chegamos a brigar, mas hoje ele é meu amigo. Ele me deu soco e eu também dei nele. Mas não foi agressão de sair sangue".

4. Edilson x Rincón

Folhapress

Mais uma do colombiano, desta vez com Edilson Capetinha. Os dois discutiram no final do primeiro tempo de um jogo contra o The Strongest, na Bolívia, porque Edilson perdeu uma bola e cedeu um contra-ataque. No vestiário, Rincón já chegou atirando tudo que via na direção de Edilson. Em seu livro "Memórias do Velho Vamp", Vampeta conta que foi tentar acalmar, quando Rincón disse: "Eu não vou bater nele, só quero conversar com ele". E Edilson disparou: "Tá com mania de bater nos pequenos? Bateu no Marcelo semana passada, quer me bater… Bate no Vampeta, que é do teu tamanho!". Quase sobrou para o Vampeta, mas a turma do "deixa disso" deu conta do recado.

5. Djalminha x Renato Gaúcho

Reprodução

Pelo Rio-São Paulo de 1993, o Flamengo vencia o Fluminense por 2 a 0, com dois gols de Renato Gaúcho. Mas levou a virada no segundo tempo, mesmo com um jogador a mais. Foi quando Renato deu uma bronca no companheiro Djalminha, revelação de 20 anos que estava ganhando suas primeiras chances no clube. Mas Djalminha não gostou e partiu para cima. Os dois trocaram empurrões no campo e continuaram se xingando na descida para o vestiário. No fim, por causa disso, o jovem Djalminha acabou dispensado pelo Flamengo e acertou com o Guarani. O resto é história.

6. Antonio Carlos x Edmundo

Folhapress

O Palmeiras bicampeão brasileiro em 1993 e 1994 também era cheio de estrelas – e de tretas. Os principais desafetos do elenco eram o zagueiro Antônio Carlos, o Zago, e o atacante Edmundo, o Animal. Em uma entrevista à Placar, Zago ensinou um macete das brigas de vestiário: "Você tem que dar a primeira, porque depois vem um monte de gente para separar. Quem bate primeiro, ganha". Foi o que aconteceu durante um jogo contra o São Paulo, em que os dois trocaram ameaças ainda no campo. Chegando ao vestiário, Antônio Carlos foi mais rápido e logo acertou um soco em Edmundo, que foi apartado e não teve tempo de reagir.

7. Romário x Edmundo

AP

Os dois craques nunca chegaram a trocar tapas, mas protagnizaram uma das maiores "guerras frias" entre companheiros de time no futebol brasileiro. Tudo começou com uma caricatura de Edmundo sentado em uma bola murcha desenhada em uma porta de banheiro no bar de Romário, em 1999. No mesmo ano, o Baixinho foi jogar ao lado do Animal no Vasco. E Edmundo passou a reclamar dos privilégios que Romário tinha no time, chegando a se referir a ele como "príncipe", e a Eurico Miranda como o "rei". Até que Romário ultrapassou Edmundo na artilharia do Estadual e soltou a sua famosa frase: "Agora, a corte está toda feliz. O rei, o príncipe e o bobo".

8. Palhinha x Danrlei

Folhapress

A passagem do atacante ex-São Paulo pelo Grêmio foi discreta, não fosse uma polêmica marcante fora dos gramados: o relacionamento com a ex-mulher de Danrlei. O goleiro acusou Palhinha de "roubar" sua esposa. "As pessoas começaram a falar que ele era corno. Eu não traí ninguém, ele é que foi infeliz no que falou", esclareceu Palhinha em entrevista de 2011 ao UOL Esporte. "Tenho um filho com a Michele, ex-mulher do Danrlei e que hoje também é minha ex-mulher. Eu me separei de 1998 para 1999 e em 2000 conheci a Michele. Ela já estava separada do Danrlei. Nunca tive amizade com o Danrlei, não sabia quem era a família dele".

9. Dunga x Bebeto

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Na seleção brasileira, o clima também esquenta. Dunga e Bebeto já se estranhavam faz tempo – o atacante revelou que, durante um treino para a Copa de 1994, discutiu feio com o volante e o técnico Carlos Alberto Parreira precisou separá-los. Na Copa de 1998, durante a vitória contra Marrocos, Dunga ficou furioso porque Bebeto não voltou para marcar e quase atingiu o atacante com uma cabeçada dentro do campo. Depois do jogo, o atacante nem apareceu para a coletiva, e coube ao volante se explicar: "Eu grito com todo mundo mesmo e vou continuar gritando: numa Copa do Mundo, qualquer distração pode pôr tudo a perder".

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