Dez vezes em que futebol e Carnaval se misturaram na avenida
O velho clichê diz que brasileiro gosta mesmo é de futebol e Carnaval. Estes gostos, por muitas vezes, se misturaram nos dois grandes polos de desfiles de escola de samba do país: Rio de Janeiro e São Paulo. Agremiações paulistas e cariocas se inspiraram em histórias de clubes e personagens para produzirem enredos – alguns inesquecíveis, outros esquecíveis.
O UOL Esporte, neste clima de Carnaval, relembra dez nomes do esporte mais praticado no país que se misturaram à festa mais popular do país.
Relembre dez clubes ou jogadores homenageados na avenida:
Beija-Flor (1986): o "Mundo é uma bola"
Crédito: Rogério Carneiro/Folha Press
A tradicional escola de Nilópolis fez uma ode ao futebol brasileiro no ano da Copa do Mundo do México. Meses antes de a Argentina se consagrar bicampeã do mundo com show de Maradona, a Beija-Flor exaltou as três conquistas mundiais da seleção verde-amarela e ainda promoveu a torcida para a competição que viria mais tarde. Brasil, Brasil, Brasil, oi/Canta forte e explode de alegria/O mundo é uma bola/Girando, girando/Em plena euforia/E levando a corrente/Pra frente, pra frente/E a vitória conquistar. A escola acabou com o vice-campeonato e a seleção caiu nas quartas de final diante da França.
Estácio de Sá (1995): Flamengo

Patrícia Santos/Folhapress
Nada melhor do que homenagear o centenário do clube de futebol mais popular do país. O Flamengo se tornou tema do enredo da Estácio de Sá no ano de 1995 ("Uma vez Flamengo…"). Com trechos do hino rubro-negro, a escola contou a história do time rubro-negro desde a fundação até os grandes momentos daquele momento. O Mundial de 1981 não ficaria fora, obviamente: Corre o tempo no olhar/Será que você lembra/Como eu lembro o Mundial/Que o Zico foi buscar. Todo o clima favorável, entretanto, não rendeu resultados: a agremiação terminou em sétimo.
Unidos da Tijuca (1998): Vasco da Gama
Crédito: Reuters
Centenário do Flamengo. Centenário do Vasco. A Unidos da Tijuca homenageou os 100 anos do clube de São Januário com o enredo "De Gama a Vasco, a Epopéia da Tijuca", três anos depois do desfile rubro-negro da Estácio de Sá. Em relação à equipe, pé-quente – o time da Colina conquistou a Copa Libertadores meses depois. O desfile com o samba tão cantado por vascaínos (Sou Vasco da Gama, meu bem/Campeão de terra e mar) acabou como o 13º colocado, que rebaixou a agremiação no Carnaval carioca.
Vila Isabel (2002): Nilton Santos
A Enciclopédia do Futebol também merecia uma homenagem na Marquês de Sapucaí. A Vila Isabel homenageou Nilton Santos, um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro, no ano de 2002 – sim, no ano do pentacampeonato mundial. Com o enredo "O Glorioso Nilton Santos… Sua Bola, Sua Vida, Nossa Vila…", a escola de Martinho da Vila passou por toda a carreira do ex-jogador (morto em 2013) por Botafogo e seleção. A agremiação terminou em segundo lugar no Grupo A e não subiu para o Especial.
Acadêmicos da Rocinha (2003): Fluminense
Flamengo, Vasco e Botafogo (representado por Nilton Santos). O Fluminense apareceu com força na Marquês de Sapucaí no ano de 2003 ao virar tema da Acadêmicos da Rocinha. O enredo "Nas Asas da Realização, Entre Glórias e Tradições, a Rocinha Faz a Festa dos 100 Anos de Campeão… Sou Tricolor de Coração!" passou por toda a história do Flu, que completara um século de vida um ano antes. A exaltação ao clube tricolor (e seus torcedores, como Nelson Rodrigues) acabou em frustração: apenas o 10º lugar no Grupo de Acesso.
Tradição (2003) e Gaviões da Fiel (2014): Ronaldo

Crédito: Marco Antonio Rezende / Folha Imagem
O maior artilheiro brasileiro da história das Copas do Mundo ganhou duas homenagens na avenida: uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Em 2003, a Tradição pegou embalo no pentacampeonato mundial conquistado meses antes e exaltou Ronaldo com o tema "O Brasil é Penta, R é 9 – O Fenômeno Iluminado". Sem a presença do Fenômeno na Marquês de Sapucaí, a escola acabou apenas com a 13ª posição – escapou do rebaixamento.
Crédito: Eduardo Knapp/Folha Imagem
Nove anos depois foi a vez de a Gaviões da Fiel homenagear Ronaldo, tendo como gancho a Copa do Mundo no Brasil. A escola de samba ligada ao Corinthians – último clube da carreira do Fenômeno – não citou nominalmente os outros times da carreira do ex-camisa 9, mas repassou toda a vida do craque, que esteve no último carro alegórico ao lado do filho Ronald, da mãe Sônia, do pai Nélio e da hoje ex-namorada Paula Morais. "O menino passarinho se transformou/Consagrado no cenário mundial/Ronaldo, Fenomenal". A apresentação rendeu o nono lugar.
Gaviões da Fiel (2010): Corinthians

Crédito da foto: Silva Junior / Folha Imagem)
Escola de samba criada por uma torcida do Corinthians, a Gaviões da Fiel obviamente homenageou o clube no ano do centenário. O enredo "Corinthians… Minha Vida, Minha História, Meu Amor" exaltou toda a história corintiana, passando pela fundação, Democracia Corintiana e conquistas recentes. O tema do desfile, aliás, é uma das músicas mais conhecidas de arquibancada entre os alvinegros das últimas décadas. A agremiação, que contou com o a presença de Ronaldo (jogador do time na época) em um dos carros alegóricos, terminou no quinto lugar com o tema "clubístico".
Imperatriz Leopoldinense (2014): Zico

Crédito da foto: Vanessa Carvalho/ Brazil Photo Press
A Imperatriz Leopoldinense exaltou Zico na Marquês de Sapucaí. O enredo de 2014, "Arthur X: O Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz", recordou toda a carreira do Galinho, que viu a avenida virar um "Maracanã" – com direito a aquecimento da bateria da escola no ritmo do hino do Flamengo. O eterno camisa 10 da Gávea usou trajes rubro-negros e comemorou a festa destinada ao seu nome, quase duas décadas após sair com a Estácio de Sá na homenagem ao Fla. "Domingo, um show no gramado!/Com seus cavaleiros, Arthur se tornava/O Rei do Templo Sagrado!". A escola de Ramos acabou com o quinto lugar.
Mancha Verde (2015): Palmeiras

Crédito da foto: Adriano Vizoni/Folhapress
A Mancha Verde, assim como a Gaviões, aproveitou o centenário do seu clube para exaltá-lo no Anhembi. Os 100 anos do Palmeiras foram lembrados no desfile de 2015, um ano depois da festa do clube alviverde. A escola criada por uma torcida organizada palmeirense tomou o sambódromo e transformou o desfile em "um Allianz Parque". O tema "Quando surge o alviverde imponente, 100 anos de lutas e glórias", entretanto, é para ser esquecido: a escola acabou rebaixada para o Grupo Especial. Mas, a letra do samba ainda é repetida muitas vezes por torcedores: "De braços abertos vou me declarar/Eu amo você… Palmeiras/100 anos de lutas e de glórias…"
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