Corintiano, youtuber e dono de Porsche aos 16: conheça o caçula de Galvão

Quando seu canal começou a explodir no YouTube, Luca Bueno ainda não era chamado de "o filho do Galvão Bueno". Antes mesmo de revelar quem era seu pai, o herdeiro caçula do maior narrador da Rede Globo já estava crescendo exponencialmente na plataforma que rivaliza com a televisão, onde o pai fez, faz e ainda fará história.

Luca Bueno mora com os pais em Orlando, nos Estados Unidos, e só tem 16 anos, mas já conta com uma legião de mais de 235 mil seguidores no YouTube – número que provavelmente cresceu enquanto você lia o primeiro parágrafo deste texto. O sonho? Trabalhar com cinema e dar um Oscar para o Brasil.

"Eu sempre sonhei em ser diretor de cinema e essa é uma ideia minha, porque meu pai nunca me forçou a ser nada. Essa ideia eu tenho desde os 12 anos, quando a gente morava em Mônaco, na França, e eu fazia filmes com os meus amigos", afirmou o garoto em entrevista ao UOL Esporte.

O bom é que a carreira do pai já o deixou experiente em lidar com os "haters", termo que ele próprio usou para se referir aos críticos que o ofendem. "Sempre tive que lidar com isso pelo meu pai, mas estou tendo que lidar menos com os haters dele e começar a me preocupar mais com os meus", contou o adolescente, que já é dono de um Porsche Cayman 718. Carrinho que, no Brasil, você não encontrará por menos de R$ 350 mil.

Por morar nos EUA, Luca já pode dirigir seu Porsche mesmo aos 16 anos (foto: reprodução/YouTube)

Galvão Bueno apoiou quando Luca decidiu desbravar o YouTube, mas será que entendeu bem o que o filho queria com essa brincadeira? "No começo, eles não entenderam muito bem o que estava acontecendo. Mas, quanto mais vídeos eu lancei e mais gente começou a me seguir, eles foram entendendo mais sobre esse negócio de ser youtuber", disse Luca, aos risos.

Único filho do narrador com a mulher Desirée Soares, o menino ainda cursa o ensino médio enquanto grava vlogs da luxuosa rotina que tem nos Estados Unidos… E em viagens por lugares como Dubai. Até já tentou provocar o pai em um de seus vídeos, ao ligar para Galvão diante da câmera e "prever" que a seleção brasileira perderá a Copa do Mundo de 2018.

"QUÊ?", questionou Galvão, em alto e bom som, obrigando o filho a repetir. "Rapaz, você quer o quê? Secar a seleção brasileira? Você para, senão eu corto a verba do seu canal e mando desmontar o cenário, hein!", acrescentou o narrador, fingindo irritação em tom de brincadeira. "Alô, alô vocês, que estão vendo o canal do Luca! Luca youtuber!", completou.

"Meu pai entendeu que era brincadeira e respondeu igual. Foi só uma zoeira amigável, mas é óbvio que o Brasil é favorito na Copa do Mundo. Não tenho nenhuma dúvida de que vai ganhar. Não só por um jogador, que é o Neymar, mas pelo time inteiro, que está fenomenal", afirmou o jovem cineasta, que já produziu alguns curtas-metragens.

"O pai é um ótimo pai, não só comigo, mas com todos" (foto: reprodução/Instagram)

A relação de Galvão Bueno com Neymar, por sinal, é um dos maiores memes recentes do esporte nacional. Algumas brincadeiras colocam o narrador da Globo como um fã incondicional do camisa 10, mas é importante lembrar que Galvão já fez duras críticas ao atacante, principalmente nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Luca cresceu perto da França, então a reportagem não se surpreendeu quando ele revelou torcer pelo Paris Saint-Germain. Será que vê Neymar com os mesmos olhos do pai? "Acho que é um jogador fenomenal, um dos melhores do mundo. Se não o melhor!", disse o youtuber, que não fez qualquer crítica ao comportamento extracampo do craque do seu time. "A gente não pode julgar uma pessoa assim, pelo que vê na TV", afirmou.

O PSG não é a única equipe que já ganhou o coração de Luca. E não estamos falando do Flamengo, clube que tem a declarada torcida de Galvão Bueno. "Não torço para o Flamengo como o meu pai, não! No Brasil, eu torço para o Corinthians. Meu irmão me embrulhava na toalha do Corinthians desde que eu era pequeno, me dava roupa do Corinthians", revelou.

Só que Galvão fez com que o filho se afeiçoasse a outro time do Brasil; assim como a maioria dos torcedores brasileiros, Luca não esquece a emoção que o pai deu à cobertura do acidente aéreo da Chapecoense. "Meu pai teve muitos momentos grandes na carreira, desde o Ayrton e o tetra [da seleção]. Mas o que mais me emocionou, que eu mais achei especial, foi a história da Chape", escolheu.

"O meu pai trouxe voz para o pessoal de Chapecó. Todos os haters esqueceram o ódio, mesmo que fosse por um segundo. Todo mundo teve a Chapecoense como um time. Eu me emocionei com o meu pai trazendo o povo junto, para torcer pela Chape e esquecer o ódio do mundo", explicou Luca.

"Meu pai teve muitos momentos grandes na carreira, desde o Ayrton e o tetra" (foto: reprodução/YouTube)

A educação que recebeu dos pais é outra coisa que o emociona – e o impede de ficar deslumbrado mesmo diante de tantos luxos e do carro de seus sonhos. "O pai é um ótimo pai, não só comigo, mas com todos. Ele sempre deu o que a gente precisava para chegar mais perto dos nossos sonhos. Ele e a minha mãe me deram uma infância que… Eu não consigo imaginar uma melhor", afirmou.

"Já que eu cresci em Mônaco, onde não tinha muito brasileiro, eles não sabiam muito quem a gente era. Ninguém nunca me tratou diferente por lá, então acho que essa foi uma grande razão para eu ser desse jeito, humilde", disse.

Clique aqui para acessar o canal de Luca Bueno, mas antes deixamos uma previsão feita por ele durante esta entrevista, além da que fez para o pai em tom de brincadeira sobre a Copa do Mundo. Desta vez é sério e envolve a televisão, segunda casa de seu pai.

"Está muito cedo para dizer se a televisão vai acabar por causa da internet e do YouTube, mas eu acho que tudo tem um tempo que acaba. Algumas coisas vão parar de receber tanto Ibope, como as novelas. O esporte ainda tem tempo até acabar. Mas um dia, lá na frente, se os produtores de TV não perceberem que o YouTube tá crescendo de maneira ridiculamente rápida… Acho que o pessoal vai se ligar mais na internet", concluiu.

Ana Carolina Silva
Do UOL, em São Paulo