Zagueira musa concilia estudos com futebol e mira chegar à TV
A beleza de Alinne Calandrini sempre chamou a atenção. Tão logo despontou no futebol, a moça de traços indígenas foi alçada à condição de musa, algo que ofuscava seu desempenho e a incomodava. Em meio à falta de perspectivas de profissionalização da modalidade feminina no país, Calan, como é chamada, tratou de reforçar os estudos.
Com passagens pelo Santos e seleção brasileira, ela pretende em um futuro não tão distante trocar os campos pelos estúdios de TV. A zagueira cursa o 3º ano de Jornalismo.
"Eu vejo com tristeza o futebol feminino continuar pouco lembrado e sem patrocínios. Eu sou jogadora e me vejo no esporte por um bom tempo. Mas não sei até quando isso vai durar. Tenho 25 anos e sei que a vida como atleta não será para sempre", conta Calan, zagueira do Centro Olímpico.
A jornada diária de Calan começa com dois períodos de treinos no Centro Olímpico, na Zona Sul de São Paulo. Pela manhã tem atividade com bola. À tarde ela pratica exercícios na academia e aeróbica.
O corpo em forma pode ser visto nas fotos postadas pela jogadora nas redes sociais. Encerrado os treinos no clube, ela segue à noite para a faculdade. Sua referência no jornalismo é a apresentadora do Esporte Espetacular, Glenda Kozlowski.
"Quero ser jornalista e estou me dedicando para isso. Confesso que não gosto de escrever. Prefiro algo ligado à apresentação em programas jornalísticos na TV. Admiro muito a Glenda, que também é uma atleta e que faz sucesso na televisão por sua competência".
Assim como acontece no futebol masculino, Calan também é assediada, sobretudo quando defendia o Santos. Foram muitos os convites para ensaios sensuais. Calan recusou um por um, abrindo exceção apenas para o calendário das Sereias da Vila, promovido em 2010 com a presença das então jogadoras do Santos.
"Eu queria ser vista como uma boa zagueira e ficava incomodada quando só falavam na beleza. Quando fizemos um ensaio de biquíni pelo Santos, queríamos mostrar que o futebol feminino não era masculinizado como muitas pessoas pensavam. Foi bem legal. Eu sempre batalhei para ser uma boa jogadora. Cheguei à seleção brasileira, mas me julgavam pela aparência. Mas hoje eu não ligo para esses comentários", diz a bela, que é fã do zagueiro Lúcio, do São Paulo.
O desejo de ingressar como jornalista se dá em um período de poucas perspectivas no futebol feminino no país.
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