Campeã de rúgbi pode ser linda e delicada fora de campo? Ela prova que sim
"Deixe para os homens, o campo de rúgbi não é lugar de mocinhas", ouviu muitas vezes Emily Scarratt. Certamente a frase ressoou em sua cabeça quando ela faturou o título da Copa do Mundo feminina, com a Inglaterra, e ainda foi a maior pontuadora de sua seleção na final. A garota de 24 anos sofreu muito preconceito, venceu este obstáculo e mostra que não é só por se sujar de lama e ficar cheia de hematomas que não pode usar um vestido e curtir como qualquer jovem mulher.
Em entrevista ao Daily Mail, a jogadora conta que ouviu todo tipo de clichê que uma atleta de um esporte de contato pode ouvir. Mas comemora o crescimento do rúgbi feminino em seu país, um sucesso alavancado pelo título na Copa.
Ela explica: sim, precisa ser durona em campo. Mas fora dele, não quer perder nem um pouco do seu encanto.
"Você precisa ser forte para jogar rúgbi, mas o fato de ser uma mulher não significa que temos de abrir mão da feminilidade. Eu ainda quero parecer linda num vestido! Para minhas colegas isso é importante também. Eu ainda consigo fazer meu trabalho mesmo que outras garotas me vejam assim e achem que sou fraca", explica ela.
"Sabemos que o estereótipo e a visão são de que rúgbi é um 'esporte de macho' e estamos tentando quebrar isso. Essas atitudes não me incomodam mais, porque criam um desafio para a gente. Vamos mudar a cabeça das pessoas, mostrar que se elas verem o esporte, vão gostar também", afirmou a jogadora.
Hoje Emily ficou famosa pela contraposição de seu rosto bonito com as caretas e toda a força que faz em campo. O campo, aliás, é o seu habitat.
A inglesa cresceu em uma fazenda no interior de seu país, em Leicestershire, e curiosamente naquela época não sofria o preconceito de hoje. "Com cinco anos comecei a jogar. Meu irmão é três anos mais velho, e meu pai o levou para jogar. Eu fui só pra curtir o domingo de manhã. Um técnico me chamou para brincar de passar a bola e eu gostei", conta ela, que em seu Twitter diz que é uma "futura fazendeira".
Foi quando ela se mudou para a cidade para estudar que a hostilidade – ou o bullying – começou. "As pessoas não entendiam porque eu jogava, e até porque eu queria jogar rúgbi. Especialmente em uma idade em que os jovens se preocupam demais em como a aparência, com namorados e maquiagem… Eu ainda tinha interesse em tudo isso, mas não era meu foco, eu amava o esporte", explicou.
Logo depois da conquista, a seleção inglesa debandou. Autofinanciadas, as meninas retornaram para seus empregos habituais. Uma é encanadora, por exemplo. Scarratt é uma professora de Educação Física em Birmingham.
O seu papel ela fez: try e título para a Inglaterra. Agora é só torcer para o esporte pegar, se profissionalizar e Emily Scarratt poder viver do que ela tanto gosta.
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