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Ministra gata denuncia corrupção e deflagra crise no esporte da Venezuela

UOL Esporte

24/10/2013 06h05


Além da carreira de sucesso como lutadora de esgrima, a atual ministra do Esporte da Venezuela, Alejandra Benítez, sempre foi conhecida pela sua beleza. Nesta semana, a musa adicionou um item relevante à própria biografia: ela denunciou um esquema de corrupção e abriu uma crise no país, adotando um perfil parecido com o ex-atacante Romário, um dos principais críticos das instituições do futebol brasileiro depois que deixou os campos e se tornou deputado federal.

Em entrevista coletiva realizada na última segunda-feira, Benítez disse que a assinatura dela foi falsificada em documentos usados na compra de divisas. No total, o nome da ministra teria sido usado em negociações de US$ 66 milhões.

"Há duas ou três semanas, o banco do Estado nos procurou por uma irregularidade na assinatura de cinco documentos. Após um alerta da Cadivi [Comissão de Administração de Divisas], descobrimos que não eram cinco, mas 60 documentos", revelou Benítez.

A Venezuela impede desde 2003 o livre comércio de divisas estrangeiras, com limites e trâmites rigorosos. A Cadivi é a entidade responsável por esse controle, e o acesso à moeda estrangeira só costuma ser liberado em casos especiais.

A Cadivi cobra 6,30 bolívares para cada US$ 1, por exemplo. O mercado ilegal da Venezuela, que é usado por quem não cumpre os trâmites da entidade, trabalha com taxas que são até oito vezes superior a isso.

Segundo Benítez, pilotos venezuelanos usaram o Ministério para tentar burlar o sistema da Cadivi: "Eram atletas com muita notoriedade, que pagavam equipes de imprensa para ter exposição permanente e justificar cifras tão elevadas".

Crédito da imagem: Juan Carlos Solorzano / AP

Contudo, as denúncias da ministra não foram bem recebidas por todos. Desde a entrevista coletiva de Benítez, acusações contra ela pulularam entre políticos de oposição.

Na quarta-feira, a deputada de oposição Dinorah Figuera (Partido Primero Justicia) pediu na Assembleia uma investigação sobre o caso denunciado por Benítez: "Solicitamos a averiguação sobre irregularidades no financiamento do Ministério do Esporte a atletas venezuelanos".

"Nós temos instalações esportivas precárias na Venezuela, e algumas equipes não têm dinheiro para uniformes e material esportivo. Enquanto isso, o Ministério do Esporte está desviando dinheiro", completou Figuera.

A oposição critica Benítez por não ter revelado os nomes dos atletas que estão envolvidos no esquema. Além disso, questiona a isenção da ministra no caso. "Quem autorizou esses negócios? De que gabinete eles saíram", questionou o deputado Ángel Medina (Acción Democrática).

Controvérsias como essa, porém, não são uma novidade na trajetória de Alejandra Benítez. A atual ministra do Esporte tem uma história atribulada no esporte, com um título mundial de esgrima, três participações em Jogos Olímpicos e uma série de ensaios sensuais.

Benítez, 33, formou-se em odontologia na Universidad Central de Venezuela. Ela esteve nos Jogos Olímpicos em 2004 (Atenas), 2008 (Pequim) e 2012 (Londres), e foi campeã mundial de esgrima em 2005 (Havana).

Na política, Benítez foi deputada suplente até abril de 2013, quando foi nomeada ministra do Esporte pelo presidente Nicolás Maduro.

 

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